"Ontem, foi divulgado um manifesto assinado por 36 ONGs, núcleos de estudos universitários e parlamentares, além de outros sete cidadãos, entre eles o ex-governador Nilo Batista, condenando o que foi chamado de “incursões de extermínio da polícia”. O documento afirma que as ações têm uma suposta “carta branca” do governador.
“Há dez meses a população do Rio vem assistindo a repetidas execuções sumárias de supostos traficantes. No dia 27 de junho, uma megaoperação deixou 19 mortos. “Desde então, em várias comunidades, mais de cem pessoas foram assassinadas durante incursões policiais”, afirmam, no manifesto, entidades como as ONGs Justiça Global, Observatório de Favelas e Grupo Tortura Nunca Mais, entre outras".
Eu sempre me pergunto: quem é o responsável pela distinção entre quem é e quem não é traficante, quando os corpos já desceram o morro e estão dispostos, todos sem vida, um ao lado dos outros no chão? A polícia pode dizer que todos são traficantes, a imprensa pode legitimar essa informação e a população despreocupada também pode acreditar. E acreditam... porque com a cabeça encostada num travesseiro, sob um colchão agradável, ao lado do ar condicionado fica muito fácil acreditar (e isso não é uma sugestão de sentimento de culpa).
Nenhum comentário:
Postar um comentário