Depois de várias listas dos melhores do ano passado, Paranoid Park pra cá, Paranoid Park pra lá, uma lista simplesmente em ordem cronológica do que andei assistindo desde o reveillon:
Nannok do Norte (EUA, 1922), de Robert Flaherty.
Assisti no primeiro dia do ano, no notebook, na praia e agora entendo - e acho até que faz todo o sentido - que esse seja um filme mais lido que visto e não por ser supostamente raro ou chato, nem por ser mudo, da década de 20 ou retratar a 'divertida' vidinha dos esquimós, mas - e levando em em conta que se trata da obra canonizada como inventora do documentário enquanto gênero cinematográfico - por ser relevante sabermos que a versão final foi re-encenada e gravada após o diretor perder, num incêndio causado por seu cigarro, todo um material de registro 'documental' que havia feito ao longo de sete anos no norte do Canadá. Daí o Flaherty ficcionalizou geral em sua segunda tentativa, criando personagens, concatenando as cenas a partir de suas lembranças e chegando a pedir aos esquimós, para passar uma impressão rústica da comunidade, que eles fossem gravados caçando com lanças, mesmo que o uso de armas de fogo fosse comum. Saber que o documentário se instituiu assim, em meio a tanta mentira, me alegra bastante.
Assisti no primeiro dia do ano, no notebook, na praia e agora entendo - e acho até que faz todo o sentido - que esse seja um filme mais lido que visto e não por ser supostamente raro ou chato, nem por ser mudo, da década de 20 ou retratar a 'divertida' vidinha dos esquimós, mas - e levando em em conta que se trata da obra canonizada como inventora do documentário enquanto gênero cinematográfico - por ser relevante sabermos que a versão final foi re-encenada e gravada após o diretor perder, num incêndio causado por seu cigarro, todo um material de registro 'documental' que havia feito ao longo de sete anos no norte do Canadá. Daí o Flaherty ficcionalizou geral em sua segunda tentativa, criando personagens, concatenando as cenas a partir de suas lembranças e chegando a pedir aos esquimós, para passar uma impressão rústica da comunidade, que eles fossem gravados caçando com lanças, mesmo que o uso de armas de fogo fosse comum. Saber que o documentário se instituiu assim, em meio a tanta mentira, me alegra bastante.
Eu, um Negro (França, 1958), de Jean Rouch (02/01/09)
Crônica de um Verão - Paris, 1960 (França, 1961), de Edgar Morin e Jean Rouch (02/02/09)
Jaguar (França, 1967), de Jean Rouch (03/01/09)
Brokeback Mountain (EUA, 2005), de Ang Lee
Revisto na TV, na Globo, dublado e se eu tinha detestado quando vi no cinema, desta vez me diverti um bocado pensando nas donas de casa do meu Brasil que estavam se identificando com a Jen do Dawson's Creek, chocadas com os moderados beijos dos cowboys e morrendo de medo de seus machos machões serem as bibas enrustidas da repartição. Tudo isso nos quarenta minutos que me mantive acordado, porque, me desculpe vocês, mas não tive saco de assistir de novo até o fim. De qualquer forma, para mim, a inteligibilidade boba e melodramática do roteiro - que se torna apaticamente diferente só por se tratar de uma história gay - funciona muito mais na televisão, com o alcance da televisão e diante de um público amplo e pudico, que no cinema, sempre restrito e refém de um público direcionado. Pode ser preconceito barato de uma mídia sobre a outra. Que seja.
Close-up (Irã, 1990), de Abbas Kiarostami
O Tesouro de Sierra Madre (EUA, 1948), de John Huston
A Grande Família - o Filme (Brasil, 2007), de Maurício Farias
Cleópatra (Brasil, 2007), de Júlio Bressane
Comecei até a escrever algumas palavras, mas agora agora estou procurando emprego para não terminar na rua. Vou atualizando aos poucos até cansar.
Um comentário:
Outro dia tentei comentar ali embaixo no seu post sobre documentários mas minha conexão tava péssima (e continua). Gostei da reflexão ali, e no final não entregou qual sua conclusão sobre o gênero (é melhor não concluir nunca determinadas coisas). Por isso eu tô aqui resistindo a acreditar que você concluiu tudo isso da beleza que é Brokeback...
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