Não vou usar dos tópicos comumente requisitados nesse tipo de post, afinal são quase 5 horas da manhã e não estou simpatizando com esse tipo de esquematismo. O pior longa do Cine PE 2008 foi Bodas de Papel, de Daniel Sturm. Quem viu não teve dúvida. Helena Ranaldi, ator argentino, velhos de guerra e uma novela de segunda na tela grande só poderia terminar num evento altamente constrangedor. Talvez a obra tenha se revelado como as duas horas mais detestáveis do festival (e tenham noção da grandeza inversa da sentença). Até aí tudo bem. Surpresa foi escutar o Walmor Chagas apresentar o filme dizendo que "a salvação tem que vir do cinema, porque a televisão é o reino da mediocridade". Achei ótimo ele cuspir no prato que comeu como um bicho, mas se a salvação vai vir de um cinema como Bodas de Papel, f-u-d-e-u, porque, contraditoriamente à afirmação, o filme do Daniel Sturm é a vitória da televisão e da linguagem novelesca. Surpresa maior ainda foi abrir a Revista Bravo! e ver uma recomendação bizarra ao filme. Confiram o link, o texto sério vale como piada. Também inventamos, dada a situação, o prêmio 'filme telecurso 2000', destinado, com unanimidade, a Brizola, tempos de luta, com menção a narradora promovida diretamente do telemarketing para as telas. E desculpa, mas o Cid Moreira lendo o direito de resposta já é fichinha vista, revista e marcada em tempos de youtube. Quem não viu pode até achar legal, mas que é batido é. Vale lembrar ainda que o Cine PE concedeu o prêmio Gilberto Freyre ao filme Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, de Leo Falcão, patrocinado pela Fundação Gilberto Freyre. Podiam ter mudado o nome do prêmio pra ficar menos suspeito né?
Entre os curtas, o pior ficou com O Livro de Walachai, patrocinado pelo sonho Petrobras, mas que, pelo resultado final, deveria ter sido realizado sem recurso algum. A premissa da obra é interessante: uma cidade isolada do mundo que conserva sua história através de um livro manuscrito. Não é de premissas que se faz um bom filme, tanto que o desenvolvimento cai num tédio de entrevistas mornas, onde o livro termina ficando em último plano. A diretora disse ainda que iria tornar o curta, um longa metragem. Prefiro que não. Em segundo lugar ficou 'O Filme do Filme Roubado do Roubo da Loja de Filmes', uma piada carioca sem graça filmada pelo celular (e que, claramente, se vale do meio de registro como justificativa). De fato, o Cine PE 2008 valeu muito mais pelos curtas, tanto que foi até difícil elencar os 5 piores e colocá-los em votação. Ao contrário dos longas, que por conta da exigência do ineditismo, se tornou uma mostra dos recusados dos festivais anteriores. O Cine PE deu um tiro no próprio pé, ou seja, promoveu-se de forma autônoma como um framboesa de ouro. Obviamente a tosca música-tema ajuda. Talvez nem fosse preciso criar esse prêmio aqui, afinal implicitamente ele já existe de maneira oficial. Em terra que Nossa vida não cabe num Opala ganha vários prêmios, temos uma noção do deserto da concorrência. O deserto do cinema. Pior é que é um ruim que nem traz a risada, sabe? Fica uma cara de abuso. Daí, acho sensacional a história de 3.000 pessoas numa sala, pros realizadores deve ser realmente emocionante, mas o comportamento da platéia é insuportável. Tem algo mais brega do que ficar tirando fotos no meio do filme? Teve um cara que se revoltou e pediu pra pararem os flashs no meio do filme. Os flashs continuaram. Daí o cara chamou de filhos de uma puta o grupo de jovens se deliciando nos flashs. A resposta veio na forma de mais flashs e eu pedi aos céus que o cara ficasse mais revoltado e partisse pra porrada ou ao menos roubasse a câmera. Queria alguma movimentação. Ele se calou. Percebeu que era minoria. Eu me sinto um pouco assim no Cine PE. A diferença é que ao invés de ficar olhando pra tela, a vontade mesmo é de ir embora.
Entre os curtas, o pior ficou com O Livro de Walachai, patrocinado pelo sonho Petrobras, mas que, pelo resultado final, deveria ter sido realizado sem recurso algum. A premissa da obra é interessante: uma cidade isolada do mundo que conserva sua história através de um livro manuscrito. Não é de premissas que se faz um bom filme, tanto que o desenvolvimento cai num tédio de entrevistas mornas, onde o livro termina ficando em último plano. A diretora disse ainda que iria tornar o curta, um longa metragem. Prefiro que não. Em segundo lugar ficou 'O Filme do Filme Roubado do Roubo da Loja de Filmes', uma piada carioca sem graça filmada pelo celular (e que, claramente, se vale do meio de registro como justificativa). De fato, o Cine PE 2008 valeu muito mais pelos curtas, tanto que foi até difícil elencar os 5 piores e colocá-los em votação. Ao contrário dos longas, que por conta da exigência do ineditismo, se tornou uma mostra dos recusados dos festivais anteriores. O Cine PE deu um tiro no próprio pé, ou seja, promoveu-se de forma autônoma como um framboesa de ouro. Obviamente a tosca música-tema ajuda. Talvez nem fosse preciso criar esse prêmio aqui, afinal implicitamente ele já existe de maneira oficial. Em terra que Nossa vida não cabe num Opala ganha vários prêmios, temos uma noção do deserto da concorrência. O deserto do cinema. Pior é que é um ruim que nem traz a risada, sabe? Fica uma cara de abuso. Daí, acho sensacional a história de 3.000 pessoas numa sala, pros realizadores deve ser realmente emocionante, mas o comportamento da platéia é insuportável. Tem algo mais brega do que ficar tirando fotos no meio do filme? Teve um cara que se revoltou e pediu pra pararem os flashs no meio do filme. Os flashs continuaram. Daí o cara chamou de filhos de uma puta o grupo de jovens se deliciando nos flashs. A resposta veio na forma de mais flashs e eu pedi aos céus que o cara ficasse mais revoltado e partisse pra porrada ou ao menos roubasse a câmera. Queria alguma movimentação. Ele se calou. Percebeu que era minoria. Eu me sinto um pouco assim no Cine PE. A diferença é que ao invés de ficar olhando pra tela, a vontade mesmo é de ir embora.
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