sábado, 27 de dezembro de 2008

Gata Lolis

Ela nem completou um ano, mas já está grávida, tão grávida que tem até gatinhos saindo pelas orelhas... e pensar que um dia minha gata foi do tamanho de um carteira de cigarro.

Doces Bárbaros

- Nós bebemos umas quatro garrafas de vinho, entramos super felizes no cinema do parque, assistimos Doces Bárbaros e saímos namorando.

- Sério? Eu ia adorar começar um namoro depois desse filme.

domingo, 14 de dezembro de 2008

TAM 3515

Ao invés de passar meu último dia em Recife resolvendo as milhares de pendências, resolvi me afogar no vício Lost e aluguei dois discos da quarta temporada. Queria alugar discos aleatórios, o segundo e o quinto, mas como Juliana - seguindo os passos de Gabi - preza por toda uma rigidez de um episódio atrás do outro, terminei coagido a pegar os dois primeiros. Antes de qualquer coisa, para não dizer que dei uma de indiferente, assumo que bastaram dois minutos para me sentir igualzinho aos fanáticos bobocas da série e me considerar um viciado. Tudo bem que só assisti um ou outro episódio da terceira e um pouco mais da metade da segunda, mas isso não faz muita diferença no caso de Lost, afinal lendo um pouquinho aqui, pegando algumas informações com viciados ali, tudo continua sem explicação racional e você pode lançar todas as teorias esdrúxulas do mundo sem constrangimentos. Podem estar mortos, perdidos num espaço-tempo paralelo, em meio a uma viagem de ácido ou numa sessão coletiva de transe budista. O pior não são as explicações, mas o simples fato de todas elas poderem fazer um completo sentido. Terminei ficando em casa episódio após episódio e desisti de assistir ao Wong Kar-wai que passou na Fundaj - o que nunca aconteceria em condições ideais de temperatura e pressão. Ao menos , temos de combinar que essa história de seguir apenas episódios esporádicos, quando der paciência na telha, economiza a perda de tempo que, convenhamos, é esse seriado de merda: ao invés de 80 horas, perco 25, 20, sei lá.

Mesmo achando uma perda de tempo, não me atrevo a questionar a força de captura que Lost consegue exercer sobre o espectador. Você assiste, vicia e leva como filosofia de vida por uma ou duas semanas. Hoje, por exemplo, quando entrei no avião para São Paulo, me peguei olhando na cara das pessoas com cuidado, enquanto cogitava como seriam meus parceiros caso nosso avião, o TAM 3515, caísse numa ilha no meio do nada, fora do mapa, com fumaça do mal, os Outros, médiuns, físicos, ursos, Dharma e Ben. Por sinal, adoro o Ben, adoro como mesmo surrado, amarrado, humilhado, todo mundo continua perdendo a linha depois de conversar com ele: Sawyer bate na cara dele, Jack sai chutando a porta, Locke joga os pratos na parede. Quanto ao meu vôo, fiquei um pouco decepcionado mesmo com a gama variada de tipos: tínhamos crianças-felizes, gringos-perdidos, bichas-madonna. Engraçado que o vôo foi particularmente turbulento e desde a subida notei que o senhor sentado ao meu lado, na janela - um quarentão com os primeiros sinais de calvice - tinha um pânico controlado de avião. Fechou a janela, ficou de cinto durante toda viagem – só tirando para ir ao banheiro – e em qualquer tremelique ele sussurrava para si palavrões – porra, caralho, essa merda – meio indignado com o tremelique da aeronave e mais indignado com o seu próprio medo. Realmente deve ser difícil: não cai muito bem para um pós-pitboy quarentão de respeito se submeter a uma fobia tão besta. Durante as três horas no ar, o senhor abriu a janela duas ou três vezes, fechando-a em menos de trinta segundos e se jogando na poltrona com o coração claramente acelerado. Ele chegou a fechar até as janelas da frente, o que quase quase gerou confusão. Enquanto isso, eu lia uns artigos da Socine na maior tranqüilidade e enviava as piores energias para a vadia da mulher do check in da TAM, pois eu tinha pedido para ela me colocar na janela e no fundo do avião e terminei ficando numa das fileiras da frente e na poltrona do meio. Puta.

Depois do sanduíche frio de vento com queijo e da aeromoça me olhar feio por eu ter pedido duas bebidas, tivemos o ápice da tensão Lost ou não Lost, quando o comandante avisou que iríamos entrar numa área de turbulência. Pelas janelas dava pra ver um mar de nuvens suspeitas. O pós-pitboy só faltou rezar, mas o pior é que a aeronave balançou mais que o balanço normal, o que fez com que ele ficasse com os braços duros, fechando o punho com força suficiente para machucar a si mesmo. Eu particularmente estava num dia de amor e senti um pouco de compaixão, afinal medo irracional, medo irracional, eu e minhas aranhas. Cheguei a pensar em emprestar minha mão esquerda para ele segurar e se sentir melhor, mas achei que poderia se criar uma situação constrangedora até porque se ele aceitasse, além de machucar meus dedos, corria o risco de minha compaixão virar risada. Como me conheço, preferi não arriscar. Foi então que chegou a hora da aterrissagem. Na minha santa ignorância sobre fobias, imaginei que fosse o clímax, o grande momento do surto e me preparei psicologicamente para tal. À essa altura, não ia mais emprestar, mas alugar a minha mão. Nem foi o caso: outro senhor roubou a atenção. Esqueci de contar que durante a viagem, vi um rapaz de cabelo arrepiado se levantar – ele usava luvas – e pegar uma bolsa com seringas. Achei suspeito. Charlie? Ao final da viagem percebi que devia se tratar de um enfermeiro acompanhando algum passageiro enfermo - e era justamente isso - e que especialmente naquele momento, o doente precisava de toda assistência possível. Pouco tempo de entrada no processo de aterrissagem, rolou uma puta crise, não sei se pela doença, não sei se pela descida: respiração pesada, sons abafados, falta de ar, convulsões, muita tosse. A metade da frente do avião entrou numa apreensão coletiva, com direito a solidários se levantando para ajudar - e que obviamente não tinham como ajudar em nada - mas que terminavam espalhando mais o clima de angústia. Bateu uma sensação de que se o cara não ficasse bem, o avião iria cair. Bizarro que uma única pessoa estava fora dessa agitação: mesmo com os braços contraídos violentamente, o senhor sentado ao meu lado abriu um lunático sorriso tranquilo e mórbido. O avião finalmente tocou o chão: as crianças felizes continuavam felizes e não paravam de gritar.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Top

Como adoro perder meu tempo no mundo das livres associações e das coincidências forçadas, percebi que Bang Bang (Brasil, 1971), O Sétimo Continente (Áustria, 1989) e Stereo (Canadá, 1969) - os três filmes que foram indicados por mim para serem exibidos em nosso cineclube - mantém entre si a relação de serem as estréias cinematográficas em longas-metragens de seus respectivos diretores: Andrea Tonacci, Michael Haneke e David Cronenberg. Não foi uma decisão consciente e isso pouco importa agora, afinal só fiz essa rápida introdução para encher linguiça, pois o que quero mesmo com esse post é seguir em paz os passos de Fernando e eleger, dentre os 23 filmes e sem colocar minhas indicações entre as opções, as três melhores obras exibidas. São elas:

1 -A Cor da Romã (União Soviética, 1968), de Sergei Parajanov

2 - Mulher das Dunas (Japão, 1964), de Hiroshi Teshigahara

3 - As Cinco Obstruções (Dinamarca, 2003), de Lars Von Trier e Jorge Leth

Preciso fazer a ressalva que fiquei bastante tentado a dividir o terceiro lugar com O Sol (Rússia, 2005), de Aleksandr Sokurov, mas como a experiência de assisti-lo foi marcada por um sério problema técnico, decidi deixá-lo de fora, afinal a construção ritualística da sessão interfere na disposição que você se senta e que você constrói diante da tela. Realmente foi difícil me entregar quando a cópia revelou uma fria dublagem em russo sobreposta ao áudio original em japonês. Isso sem contar que as legendas em português eventualmente perdiam a sincronização ou simplesmente sumiam. Dava vontade de assobiar em alguns momentos. Fiquei pensando muito mais no perigo - diante de uma língua cujo meu entendimento é inexistente - ficar a mercê de legendas falsas, pensadas para serem falsas, de forma que constituíssem um sentido com as imagens e direcionassem um sentido diferente ao filme. Algo meio como esses vídeos do youtube que usam da edição para transformar O Iluminado num filme de comédia.

Quotes

"Sobre a pergunta em relação ao excesso de câmeras, vou ser meio piegas. O lápis e o papel estão no mundo há bastante tempo. O papel é muito barato. Quantos livros foram escritos por causa disso? Muitos? Nenhum. Pouquíssimos livros são escritos em comparação ao número de pessoas que possuem lápis e papel".

Richard Leacock
entre outras coisas, diretor de fotografia dos filmes Primárias (1960) e Monterey Pop (1967).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

1 hora é R$ 0,50

Lan House é um lugar genial: de um lado, um pivete de 6 anos querendo saber como buscar uma boyzinha e do outro, a irmã vendo fotos do Keanu Reeves.

domingo, 23 de novembro de 2008

Bloco de Notas

Como na última semana abandonei a minha vida completamente e fiquei enfurnado dentro do Cinema da Fundação, assistindo, refletindo, fofocando e escrevendo loucamente sobre uma gama enorme de curtas dos quatros cantos do globo - além de nas horas vagas, como alguns acreditam, brincar de Raul Luna - estou completamente sem tempo para o blog desde que voltei aos meus dias frugais, frutais e triviais. De fato, não posso negar que a experiência foi, além de muito cansativa, divertida, afinal nunca tinha me submetido ao exercício da crítica diária de modo tão intenso e o evento como um todo - incluindo novos conhecidos, conversas esclarecedoras, obras interessantes, baixarias e afins - me propiciou um enorme aprendizado, digamos, social. Só foi foda não termos recebido um café sequer - e o jantar no último dia não conta. Enfim, esquecendo o que passou, deixando para lá todas as tretas e me focando no que vai vir, comecei esse post-aviso só pra dizer que preciso ler mil coisas, organizar o sumário da minha dissertação e escrever dois ensaios antes que comece uma nova maratona no dia 04, de forma que vou deixá-los com: 1 - os curtas que encontrar no percurso de minhas andanças; 2 - as críticas ou quase isso que escrevi para o Janela Crítica devidamente revisadas; 3 - convite permanente a frequentarem o cineclube que participo e que realiza sessões todas as terça-feiras no CAC sempre às 17:00 e por fim, 4 - toda besteira que não leve mais de dez minutos para ser postada.

Acho que é só isso.

ps1.: se eu entrar na vibe da procrastinação, por favor, desconsiderar o post.

ps2.: a frase da semana foi: 'se você me acha sexy, o problema é seu'.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

AwarEgos


Depois quando eu fico noiado que o google está de olho em nossas vidas, todo mundo acha que sou um lunático.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Super 8


(Publicado originalmente no Janela Crítica)

A prova básica da inexistência de uma política pública de preservação e de uma vivência compartilhada do esquecimento de nossa história no âmbito cultural - e que obviamente se reflete e se legitima em outros âmbitos - é o desaparecimento e deterioração de boa parte, melhor dizendo, da maior parte dos curtas pernambucanos em Super 8. O que nos chega é por méritos pessoais de um ou outro realizador ou colecionador mais cauteloso. Movimento sem pretensões revolucionárias e vinculado a nomes como Fernando Spencer, Jomard Muniz de Britto, Paulo Bruscky, Osman Godoy, Geneton Moraes Neto, Kátia Mesel, Félix Filho, Celso Marconi, Paulo Cunha, Lima, entre outros, o Super 8, segundo Alexandre Figueirôa, realizou durante a década de 70 até o início da década seguinte "o registro poético do nosso imaginário cotidiano" se aproveitando de câmeras que "deveriam ser apenas cinema doméstico a ser usado pelas famílias abastadas no registro de suas festas e passeios". Uma comparação com as câmeras digitais - e a re-significação que elas deram ao processo produtivo do cinema contemporâneo, especialmente em cidades periféricas - não me parece mera coincidência.

Ontem (18/11), voltando para casa depois da sessão especial sobre o movimento em questão, intitulada sagazmente de 'A Cura do ócio dos filhos da classe média' e com destaque* para Cinema Glória (1978), de Fernando Spencer e Félix Filho, Jogos Frutais Frugais (1979), de Jomard Muniz de Brito e o O 13° Trabalho (1973), de Osman Godoy, fiquei pensando como a minha geração (e a geração mais nova) segue uma tendência de acreditar que todos os produtos culturais de todas as épocas de todos os campos estão disponíveis na internet, às vezes estabelecendo uma lógica de crença tão radical que passa a instituir ao que não está online, o status de não existir. O que é uma inversão bem particular, uma confusão dos referentes do virtual e do real. São os deslumbrados por uma premissa que se torna prisão: "se não tem para download, deixo de me interessar, esqueço, vou buscar o que tem e isso me basta". Até entendo essa relação comodista da juventude com a rede, faço parte dela em certa medida, mas ao mesmo tempo, ela lembra uma pergunta que me assombrava demais na infância: se de algum modo você soubesse que existiu, podemos dizer que um dinossauro cujo fóssil nunca foi encontrado ou uma civilização que não deixou registro algum simplesmente não existiu? É uma arapuca argumentativa, um oroboro de idéias. Não há propriamente uma resposta, mas, pelo menos, não questionemos a pergunta, pois foi a partir dela e da sala de cinema relativamente vazia ontem que, de alguma forma, lamentei pelos curtas em Super 8 existirem e não existirem.

Cansado e intrigado com tais questionamentos de fim de noite, decidi entrar em contato com alguém do mestrado, talvez a própria Ângela Prysthon, para o mais rápido possível pegar todos os filmes do Jomard Muniz de Britto e jogar tudo na internet. Seria o primeiro pela facilidade. Como sou minimamente cauteloso, antes de mandar alguns e-mails, pedir alguns telefones e me meter em tremendas confusões, resolvi fazer uma pesquisa básica no google e descobri que alguém já havia concretizado minha ideia há cerca de dois anos: Ricardo Maia, também mestrando em comunicação cuja dissertação tratava justamente do famigerado tropicalista. Tudo bem que ele colocou no youtube e eu estava pensando em colocar no making off, para 'uploadar' um arquivo grande e tentar manter a melhor qualidade de imagem possível – já que o Super 8 é uma bitola sensível e suas imagens já não estão nas melhores condições – de forma que pudéssemos ver em tela cheia e facilitasse a vida de quem, de qualquer lugar, se interessasse por projeções. Vivemos a era da preservação digital individual e a política pública de preservação cultural poderia se espelhar nesse tipo de iniciativa simples para repensar suas diretrizes burocráticas. Quanto custaria colocar o acervo sobrevivente das produções pernambucanas em Super 8, com a devida preocupação, na internet? Enquanto alguém não responde, nos contentemos com o youtube e com o myspace.

* Vale destacar também a não exibição de Viva o Outro Mundo (1972), de Kátia Mesel por supostamente a realizadora não ter encontrado o próprio filme e Composições no Fio – Partituras Mutantes (1979), de Paulo Bruscky, por problemas técnicos que geraram ausência de som durante a projeção.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Cinema Cearense

(Publicado originalmente no Janela Crítica)

I


No último sábado (15), a mostra competitiva nacional, com os programas O Papel da Câmera e Salvar Arquivo, nos atentou para uma nova – e não sei bem o quão nova – e diversa leva de filmes cearenses, algo que boa parte da platéia só havia vislumbrado, anteriormente, através do documentário Sábado à Noite, de Ivo Lopes Araújo. De fato, percebemos a existência de uma movimentação baseada na vontade, mas que não finca seus méritos só pela existência da vontade – o que poderia nos remeter ao vazio cinema 'brodagem' do 'pelo menos estou filmando' – pois os curtas Longa Vida ao Cinema Cearense, dos irmãos Pretti (Luiz e Ricardo) e Jarro de Peixes, de Salomão Santana, expuseram uma complexidade, um aprofundamento e uma distinção de premissas estéticas, se consolidaram como duas das produções mais consistentes do festival até então e, para além disso, firmaram uma posição política convergente do fazer cinematográfico. Os que os diferencia é justamente o que os aproxima.

Passado o estranhamento primeiro – estranhamento causado por uma clara falta de ferramentas nossas – podemos dizer que Jarro de Peixes carrega discretamente duas polêmicas. Por um lado, levanta uma discussão ética quanto à relação que o diretor estabelece com o material de arquivo que usa, afinal parte do público entende seu filme como deboche e, por outro, reacende e dá novo gás a uma discussão já morta e tida como anacrônica no campo cinematográfico, a autoria. Não havia me dado conta o quão controverso poderia ser o trabalho de Salomão para determinados públicos até encontrar e ficar chocado com um comentário, escrito pelo Antônio Paiva Filho, na Revista Moviola. Irei reproduzir para contra-argumentar (e espero que ele não tenha nada contra isso):

“ao ver Jarro de peixes, notamos o seguinte: intervenção nas imagens, de alguma forma? NENHUMA; alguma forma de diálogo com as imagens e entre elas? NENHUMA; alguma informação sobre as pessoas? NENHUMA. Jarro de peixes, se limita a reproduzir, devidamente digitalizado, o vídeo VHS de Miguel Pereira. PARA QUÊ? Por que é que os créditos do filme não são honestos e dizem: “realização: Miguel Pereira? Por que é que Salomão Santana assina a realização de um vídeo feito por outro? Quanto suor, realmente, foi derramado por Salomão Santana para “realizar” este “documentário”? Se a sua resposta, gentil leitor, for NENHUM, porque é uma grossa vigarice, acertou”.

A começar, não entendo como é possível tanto conservadorismo de um espectador diante de uma obra que usa e assume que usa imagens de arquivo para construção de novas narrativas e percepções, afinal a sacada de Salomão se sustenta na transferência de significado daquelas imagens em estado bruto enquanto imagens pessoais para um ambiente público, onde elas ganham outra dimensão mesmo assumindo a estética de captura anterior. Talvez devêssemos nos perguntar mais vezes: o diretor é quem registra ou quem significa? Jarro de Peixes é cinema e só pelo cinema na sala de cinema é que constrói o seu discurso. O uso de imagens de arquivo está muito longe de ser uma trapaça e o pensamento contrário me soa até engraçado, pois termina lançando a esse tipo de proposta, uma polêmica a mais que, pela própria existência do filme, já devia estar superada. Martin Sastre que o diga.

II

Além de Jarro de Peixes, outro destaque cearense se materializa na imagem dos irmãos Pretti, responsáveis em sua carreira por três longas, uma penca de curtas, além de objetos experimentais filmados em celular, todos compartilhados pela premissa de não terem recebido dinheiro de editais ou incentivos públicos. Alguns de seus trabalhos podem ser encontrados no canal deles do youtube. Nesse contexto, o curta 'Longa Vida Ao Cinema Cearense' se mostra inicialmente como uma crítica bem humorada aos meios e vícios do sistema de aprovação de projetos em editais públicos, principalmente a presença rançosa de um regionalismo estéril – o que soa bem irônico e próximo de nossa realidade, em especial na cena em que o garoto com cabeça de Mickey entrega um roteiro aos selecionadores (do que poderia ser a Fundarpe), representados por um cangaceiro, uma mulher fashion-armorial, um executivo e um rapaz sem camisa. Os selecionadores literalmente pesam o roteiro e depois espancam o Mickey. E isso é só a premissa.

A partir daí, a câmera se desvia e a crítica se amplia para além da lógica de financiamento, atingindo os cineastas que almejam seu cinema o vinculando a uma cultura de editais. Os irmãos Pretti mostram que não é preciso. A crítica é dupla. Quem busca financiamento público referenda a lógica sobre o qual ele se sustenta. Longa Vida Ao Cinema Cearense funciona como obra-manifesto, o que na longa cena final da caminhada – quando já não existem mais máscaras de Mickey e sua turma e quando a própria equipe se coloca como parte integrante do caminhar – a expressão que fica é a de uma ruma de jovens marchando pelo tipo de cinema sem dinheiro que fazem, que acreditam e que defendem. O vigor da defesa da idéia é particularmente emocionante. Os irmãos Pretti estão aqui para dizer, resgatando um pouco Paulo Emílio Salles, que dinheiro em si não garante nada e que falta de dinheiro, gerando todas consequências produtivas do subdesenvolvimento, pode nos garantir boas surpresas. Por sinal, outro cearense, Quando Sopra o Vento, de Petrus Cariry, embebido de uma poesia caricata e financiado por edital público confirma perfeitamente isso.

Os Debates e as Salas

As salas de cinema, herdeiras da lógica arquitetônica dos teatros, foram construídas de forma que a platéia ficasse ordenada em filas e com a atenção direcionada a um único ponto de luz, a tela ou o palco, o que tende a desvincular os espectadores de sua própria presença e da presença dos outros. A velha história da solidão coletiva. Para assistir imagens em movimento, como costumamos fazer, a organização vertical e horizontsal em questão funciona muito bem, mas, infelizmente, não me parece favorecer, na mesma medida, a realização dos debates após as sessões – iniciativa louvável assumida pelo Janela Internacional de Cinema que apropria uma antiga prática cineclubista e que, de fato, possibilita a criação de vias diretas de diálogo entre os realizadores e o público. Acontece que no momento do bate-papo descontraído, há uma distância inevitável de quem está na frente, no palco, com quem está na platéia, além de que a própria platéia fica descompassada entre si, já que escutar as perguntas dos outros se torna uma tarefa complicada. É uma mera consequência da arquitetura. A formalidade não deixa de existir, mal entendidos são comuns e o silêncio dos presentes na hora das perguntas sempre deixa o ar um tanto constrangedor. A distância não se desfaz e, então, apela-se para o Janela Crítica que também não está lá cheio de perguntas. Não estou questionando a legitimidade do debate, pelo contrário, estou assumindo a importância dele e tentando pensar e achando importante que pensemos em lógicas eficientes de funcionamento. De antemão, não tenho uma resposta.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Competitiva Internacional

(Publicado originalmente no Janela Crítica)

Se os curtas do programa 'O Amor, o Sexo e outras Estréias' intentam delinear emoção a partir do carisma ingênuo (ou de aparência ingênua) de suas personagens, as acompanhando por dentro de uma série de experiências primeiras (ou supostamente primeiras) – que ora envolvem sexo, ora drogas, ora lições de violão – podemos dizer que '1 + 1 nem sempre é 2', outro programa da mostra competitiva internacional, se sustenta na aberta busca de gerar – o que de tão aberto se torna engessado – expectativas, inclusive as falsas, no espectador. No primeiro programa é compreensível a comoção pela beleza fácil da ingenuidade e pelo brotar desajeitado da experiência, principalmente se nos apoiarmos numa tentadora sede nostálgica. Entretanto, para os que gostam de Haneke, Greenaway ou Cronenberg nas horas vagas, o cheiro transbordante de virgindade desse apanhado de produções (e que os indies adoram) soa simplesmente bobo, inocente, não saudoso. Falta um pouco de perversão.

À exceção do israelense, Isca, de Michal Vinik que se beneficia de uma diegese ambígua e uma possível inversão de valores (serão as meninas-moças, na verdade, ninfomaníacas em dia de caça?), todos os outros caem na moral recorrente do super fofo vencendo a perversão baixo astral. É uma seleção de produtos tecnicamente bem realizados, mas excessivamente limpos, o que repetido curta após curta se torna cansativo. O símbolo dessa limpeza se resume no islandês Dois Pássaros, de Rúnar Rúnarsson, na cena em que o branco garoto tímido do bem tira a roupa pra deitar na cama onde está, também nua, a branca garota tímida do bem – que tinha sido estuprada, quando estava desacordada, por dois homens 'repugnantes' – para, quando ela despertasse, se sentisse confortável e achasse que foi com ele, o garoto tímido do bem, que ela perdera a virgindade. É bonitinho, convenhamos, mas não passa do ordinário.

No caso do outro programa temos um problema ainda maior, pois se a expectativa gerada se quebra no momento errado, o filme também desmorona. Isso pode se dar de várias formas. Pode acontecer, por exemplo, colocando o nome do curta de O Beijo, ser francês e nos mostrar dois jovens, sentados lado a lado numa cama, com ele falando e ela escutando sem interesse, rindo sem jeito, até que fica uma pretensa angústia no ar e finalmente ela o beija. Mesmo feito em plano sequência, com atores regulares, a quebra da expectativa pelo óbvio fica muito distante do sentimento hitchcockiano de saber exatamente o que vai acontecer e ficar ainda mais atônito para ver acontecer. Não ficamos atônitos, talvez indiferentes. Ainda mais fraco é o mexicano En Tránsito que conseguiu a façanha de reunir, em 21 minutos, todos os clichês de uma leva do cinema contemporâneo. Soa quase como uma aula: temos dois flâneurs, um encontro numa fila, o segundo encontro pelo acaso, a efemeridade das relações, uma idéia de mobilidade na cidade e para fora dela, a relação fraternal que se estabelece e a despedida suplantando a aproximação. O curta parece parasitar em premissas que já foram levadas ao ápice por Lost in Translation, de Sofia Coppola e Amores Expressos e Felizes Juntos, de Wong Kar-wai, o que nos leva a crer que o problema não está nas premissas ou no acúmulo delas, mas na forma como podem ser e são apropriadas.

Sem dúvida, o curta mais interessante do programa '1 +1 Nem sempre é 2' – e um dos mais fortes de todo festival – é o sueco A História do Pequeno Puppetboy, dirigido por Johannes Nyholm, que se sustenta numa técnica assumidamente tosca de animação com massinha de modelar, para nos contar – em capítulos apresentados pelo próprio puppetboy – a história de um garoto extremamente solitário e as consequências da visita de um estranho ser feminino, que imageticamente remete a uma prostituta velha ou uma daquelas secretárias chatas de colégio. O curta é hilário e tem a melhor das relações com a construção (desconstrução) de expectativas: pra começar, ao invés de levá-las rigidamente a sério, bebe e se lambuza no non sense e na ironia, criando saídas criativas e completamente inesperadas. O interessante é perceber que mesmo revendo, a expectativa continua funcionando por conta do senso de humor, algo que para outros do mesmo programa não acontece – e fazendo referência ao amor, o sexo e outras estréias – nem pela primeira vez. What a shame, Brian.

sábado, 15 de novembro de 2008

exemplo número 2 de como justificar:

Rodrigo diz:
fiquei agora noiando com o meu eu do texto falando do eu de daniel aragão no filme

Rodrigo diz:
hahahahah

s diz:
hahahah

s diz:
hipocritinha

Rodrigo diz:
mas eu sempre posso alegar que meu texto é metalinguístico e não hipócrita

s diz:
e daniel pode alegar que o filme dele é uma piada interna.


Janela Crítica

Solidão Pública

(Publicado originalmente no Janela Crítica)

Depois de assistir Solidão Pública pela terceira vez, consegui separar com clareza o que me emociona do que me incomoda no filme de Daniel Aragão. Basicamente a obra me conquista pela idéia matriz de comprar, por três reais, transeuntes comuns de uma praça do centro do Recife para que eles deixem filmar seus rostos – e consequentemente suas expressões, suas personas e até uma interação – diante de uma câmera pelo tempo limite de três minutos. Acho que a proposta funciona tanto como intervenção artística, intervenção que fez parte do SPA das Artes de 2007, como na forma de produto formatado, ou melhor, documentário experimental. Solidão Pública segue a linha de produções contemporâneas que assumem a 'intervenção' para fundamentar a iniciativa documental, como pode ser visto brilhantemente no trio parada dura nacional Serras da Desordem, Santiago e Jogo de Cena. E que fique claro: isso não é uma comparação direta, só um vínculo de intenções. Mas seja como for, Daniel abandona a idéia já mastigada de registrar a movimentação da praça como ela realmente é no dia-a-dia (algo que outra produção da mostra competitiva, Osório, de Heloísa Passos, tenta sem sucesso fazer), para assumir uma escancarada quebra do estado das coisas: só quando finalmente a tenda está armada, o telão montado, o povo amontoado é que ele começa a filmar. Não sei até que medida o segundo produto já estava planejado desde o primeiro, mas, de fato, Solidão Pública enquanto processo saiu do âmbito das artes plásticas para se tornar um pequeno objeto de discurso metalinguístico do documentário. Particularmente gosto destes deslocamentos quando um teor reflexivo permanece em ambos, mas principalmente quando a natureza da reflexão (e emoção) também se desloca e se deriva.

Por outro lado, há um incômodo na obra que anteriormente já me fez detestá-la incondicionalmente. Trata-se do recurso de narração logo no início – sobre a mesma tela branca onde as pessoas depois iriam se sentar diante da câmera – onde o diretor, em off, solta meia dúzia de palavras justificando de forma desnecessária sua idéia. Tal escolha se torna gradualmente redundante, até mesmo didática, na medida que o filme se desenrola, afinal ver e ouvir a idéia desabrochando sozinha me parece muito mais interessante do que tê-la explicitada, a priori, por uma falsa poesia ou uma ironia barata. Queremos o documentário e não uma palestra do porquê do documentário. O problema se torna maior quando depois disso e depois de já termos visto o desabrochar da idéia, a obra apela para outro off, o que me parece ainda pior, pois consolida o diretor como personagem narcisista do filme, algo completamente dispensável.

Por sinal, percebi uma pequena diferença de edição nesta terceira vez, pois ao final, quando vários rostos começam a passar um atrás do outro, num ritmo voraz, o diretor fez a brincadeira sem gracinha de colocar o rosto da namorada no meio da sequência e pior, o dele próprio como imagem final. Eu estava completamente entregue ao filme, ignorando os offs e tudo mais, mas quando vi Daniel Aragão se colocando ali daquela forma tão gratuita, não tive como segurar a risada. Foi uma quebra. Ok, cada um faz o que quiser de seu filme, mas depois desse coito interrompido só tenho a dizer que basta um passo para irmos de uma fábula tocante, de um documentário interventivo com cenas memoráveis, de fotografia impecável e com uma edição de som perspicaz para uma mágica viagem narcisista do incrível “eu”. Às vezes acontece e resulta em experiências profundas, mas nem sempre agradar o ego é a melhor saída.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Procon

Quando acontece de você comprar um DVD pirata de Império dos Sonhos esperando a Laura Dern e descobre que lhe repassaram Hancock com o Will Smith, todos os seus argumentos e sua crença na pirataria desaparecem rapidinho.

Pelo menos só me custou R$ 1,00.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

“A vida é como um cigarro. Você tem que fumar até o fim”


A frase acima aparece como último inter-título do filme sobre o qual irei discorrer, mas para voltar à narrativa clássica, vamos começar pelo princípio. Se partíssemos da premissa que todas as pessoas podem ser divididas entre as que nascem com grandeza, as que conquistam a grandeza, as que são encontradas pela grandeza e um grupo a parte, condensado – ou condenado - sob o estigma de serem 'os outros', Harvie Krumpet, personagem que intitula a animação de 2003, vencedora, entre outros prêmios, do oscar de curta animação, seria uma espécie de ideal representativo deste último grupo. A obra dirigida, roteirizada e fotografada pelo australiano Adam Benjamin Elliott, fã assumido do artista tcheco Jan Svankmajer, poderia ser apenas mais uma panorâmica - através de Harvie, um ser feio, magro e careca - da recorrente história do fucking loser: partindo de seu nascimento de cabeça pra baixo, passando pelos obstáculos e humilhações até o clichê da superação final. Harvie Krumpet também é tudo isso. Mas se por um lado há um pessimismo que nos guia, a compensação vem pelo humor atípico e pela beleza de um conhecimento informal - livre da razão, mas inundado de beleza - que pode ser percorrido através dos 'fatos' absurdos ou hilários que o personagem anota e carrega durante toda a vida - desde o dia em que sua mãe analfabeta resolveu lhe ensinar tudo. Provavelmente são nos fatos de Harvie que reside a metáfora da visão de mundo do diretor.

A narrativa solidifica todo entendimento sobre o personagem ao criar uma relação entre o ser fucking loser e o senso de humor suspeito que temos de ter para suportarmos a nossa própria existência fucking loser. É bastante confortável de se identificar, mesmo que não tenhamos apanhado no colégio, nem perdido os pais numa tragédia, nem nunca acreditado que borboletas possuem cheiro de chulé. Podemos fingir e nos sentir muito bem enquanto espectadores. Podemos até criar uma lembrança falsa. A estrutura de Harvie Krumpet segue os trabalhos anteriores de Adam, a trilogia Uncle, Brother e Cousin, onde o narrador assume um papel fundamental na evolução diegética, falando friamente dos acontecimentos mais terríveis e sempre os complementando com um humor negro sagaz. É com tal força abstrata que me identifico. Há uma recorrência explícita nessa obra: os piores acontecimentos na vida de Harvie terminam por levá-lo as suas melhores experiências. Harvie trabalhava no lixão e foi justamente por causa de seu trabalho que encontrou a televisão onde assistiu um filme de Burkley (uma referência direta à Busby Berkeley). Harvie um dia foi parar no hospital, perdeu um testículo, mas encontrou na enfermeira que lhe atendera, a mulher com quem iria se casar. É sempre assim em Harvie Krumpet: um eterno quase suicídio salvo pelo suicídio do outro. A referência final ao cigarro não poderia ser mais pertinente. Cabe como uma luva. Fumemos, então.

Making Off

Para mostrar que a recente limpeza de contas do Making Off não foi completamente arbitrária ou absurda, resolvi reproduzir aqui um diálogo de posts de distintos tópicos do fórum, a partir de um post meu, numa discussão sobre a possível diminuição de seeders no compartilhamento de filmes, além de uma resposta escrita antes do questionamento, na figura da mensagem oficial dos administradores justificando a atitude. As conclusões cada um pode tirar sozinho.

Meu post:

Eu não sei bem como estava a situação do fórum em termos práticos para quem o organiza, acho que de toda maneira deve ser muito difícil controlar e fazer funcionar esse espaço incrível e se pudesse agradeceria todo dia a esse pessoal, mas acho que a decisão de excluir contas a partir da participação em posts foi um tanto precipitada. Não necessariamente quem comenta "valeu" ou "que contribuição legal" são bons semeadores, da mesma forma que não podemos pensar que pessoas que nunca comentaram são semeadores do mal ou vândalos. Não há uma lógica determinista que liga uma coisa a outra. Na minha opinião, se é que ela vale de alguma coisa, acho que existem outras formas possíveis de atuação através deste fórum. Vejamos o meu caso em específico. Eu tenho poucos comentários por aqui, talvez 12, mas participo do fórum há bastante tempo, baixo diariamente, costumo semear muito - alguns até indefinidamente, mais que o dobro - e fui salvo pelo gongo, por um ou outro comentário que fiz quando me senti a vontade de fazê-lo (inclusive na correção de uma legenda).

E quando falo em formas alternativas de atuação, penso, por exemplo, no fato de eu ser um dos integrantes de um recém surgido cineclube daqui de Recife (5 meses de vida), instituído com uma proposta de passar filmes raros que não tenham veiculação em DVD. Assim sendo, nem preciso dizer o quão o Making off tem sido importante para nós. Essencial mesmo. Se pensarmos que esse cineclube compartilha filmes numa sessão na sala escura e blá blá blá com um púbico que não tem a possibilidade de baixar - seja porque não tem internet ou não possuem a cultura de baixar mesmo - acho que podemos considerar isso uma forma de atuação. Alternativa, mas atuação. Outros membros do cineclube foram excluídos daqui - e eu sei que eles são 'bons' semeadores. Talvez seja difícil visualizar, mas numa cidade como Recife que conta com apenas três salas 'alternativas' de exibição - e sendo caridoso nesse número - além de termos uma das piores velocidades de conexão do país, qualquer iniciativa de exibição já faz alguma diferença. Eu estou fazendo mestrado em comunicação e meu trabalho é justamente sobre a junção da cultura de baixar filmes com a prática cineclubista (tomando em especial, cidades periféricas). Estou meio que trabalhando teoricamente e praticamente no objeto - e gosto disso.

Quando soube que um bando de contas tinham sido excluídas, primeiro fiquei muito puto porque alguns conhecidos meus foram sumariamente excluídos e eles tinham sim uma atuação alternativa no fórum (outros são bastante atuantes em quantidade de posts), mas depois tentei entender as razões, porque óbvio que elas existem se não tal atitude não seria necessária. Por fim, gostaria de saber se existe um texto oficial dos moderadores sobre a limpeza nas contas. Gostaria de ler e entender melhor a situação.

enfim, é isso. abraços.

Ps.: a melhor consequência em mim dessa limpeza foi que me senti agora intimado a postar algum filme. Irei fazê-lo brevemente.


Mensagem Oficial dos Administradores:


O Making Off surgiu na internet com a intenção de democratizar o acesso a obras cinematográficas difíceis de serem encontradas no Brasil, seja em locadoras ou lojas de DVDs, por não terem sido lançadas traduzidas para a nossa língua ou por não possuírem apelo comercial.

Nesses pouco mais de 2 anos de existência o fórum cresceu muito além das nossas expectativas e hoje é possível dizer que somos uma referência no que diz respeito ao compartilhamento de filmes.

Claro que todo este crescimento se deve à dedicação dos membros e da equipe de moderação. Aproveito para agradecer a todos.

Entretanto este crescimento nos traz alguns problemas técnicos contra os quais temos que estar sempre trabalhando. Já trocamos de servidor algumas vezes, ficamos fora do ar em outras oportunidades e, ultimamente, temos sofrido com páginas em branco, não carregadas completamente e fórum fora do ar constantemente.

Isto acontece devido à quantidade de acessos simultâneos. Muita gente acessando o fórum ao mesmo tempo gera uma sobrecarga no nosso servidor e ele acaba não funcionando corretamente ou saindo do ar.

Após muita discussão e análise de diversas soluções propostas para resolvermos este problema, chegamos a um consenso e é ele que venho aqui anunciar para vocês.

No dia 23/10 puxamos da base de dados algumas estatísticas que serviram para dar embasamento à nossa decisão. São elas:

  • Total de membros cadastrados: 48025
  • Quantidade de membros que nunca postaram nada: 43316
  • Quantidade de membros que já postaram ao menos uma vez: 4709
  • Quantidade de membros que fizeram ao menos 10 posts: 3706
  • Quantidade de membros que abriram algum tópico: 1493
  • Quantidade de membros que postaram filmes: 472
  • Quantidade de membros ativos nos últimos 30 dias: 7827
  • Quantidade de membros que fizeram ao menos 1 post nos últimos 30 dias: 82

Com isso tudo, como já foi dito, a navegação pelo fórum é prejudicada. Já fomos alertados pela empresa que administra nosso servidor que nossa conta será suspensa caso este problema de consumo excessivo de hardware não seja solucionado. Como não temos interesse nenhum em partir para um servidor mais robusto, que aguente o tranco, devido aos altos valores que nós já pagamos mensalmente e que seriam aumentados (e muito) no caso de migração, tivemos que tomar algumas decisões, que são:

  1. O Making Off se tornará um fórum fechado
  2. Novos cadastros só serão permitidos mediante convites
  3. Os cadastros dos membros inativos serão devidamente deletados e eles não terão mais acesso ao fórum, a não ser que sejam convidados por outro membro
  4. Os membros receberão convites e poderão convidar outras pessoas
  5. Os convites serão distribuídos automaticamente, baseados em um critério que ainda está sendo discutido


Infelizmente alguns bons semeadores podem ter seus cadastros excluídos, mas não temos outra alternativa neste momento.

Um abraço,
Equipe Making Off

"Alma no vazio, deserto em expansão"

Durante a comemoração dos dez anos de Cinema da Fundação, mal terminara a concorrida sessão dupla de Muro (2008), premiado curta-metragem de Tião, quando ouvimos Cláudio Assis gritar, da última fileira, que finalmente sua geração havia sido superada. Perdi a boa oportunidade de ficar de pé e concordar, simplesmente porque nos segundos que se seguiram à projeção, um silêncio devastador tinha me tomado e, naquele exato momento, nem conseguia entender direito o motivo de alguém estar gritando tão alto. Ah sim, ok, era Cláudio Assis. O grito veio e foi como Amarelo Manga veio e foi, como Baixio das Bestas veio e foi e eu continuava educadamente imerso na obra de Tião. O silêncio me consumia. Na sequência, durante o debate, uma platéia impressionada lançou descontroladamente suas referências sobre os ombros do jovem realizador, na tentativa de, a partir de seus backgrounds particulares, apreenderem os significados de sua obra. Daí apontaram David Lynch aqui, um clima Almodóvar na primeira fase ali, uma edição Pasolini, o ritmo dos melhores Truffauts. Sem pestanejar, Tião com toda sua simplicidade e timidez assumiu desconhecer boa parte daquelas referências. Achei genial: a intensidade inerente ao filme – uma intensidade que resistiu firme na minha cabeça por semanas e que não consegui explicitar ao realizador nas diversas oportunidades que tive – desconsiderava resolver ou domesticar o enigma artístico a partir de enigmas anteriores. Na minha cabeça, eu tentava, sem sucesso, encontrar alternativas de organização cognitiva e, por enquanto, só vislumbrava por onde não seguir.

Para vocês terem uma idéia, eu sequer sabia constituir a diferença clara de até onde ia o efeito da obra sobre mim e até onde ia o meu efeito sobre ela. Por isso meu silêncio. Primeiro tudo foi sensório e nada racional, só depois teci minhas explicações, meus caminhos e tomei a alegoria da corrida como uma reflexão sobre a competitividade humana e a escolha e os custos do progresso positivista na civilização (ocidental?). Corrida dos engravatados, corrida das crianças sem ar, corrida dos homens. Meio megalomaníaco mesmo. E nesse processo de, num segundo momento, isolar Muro e descortiná-lo, me apeguei emocionalmente ao filme por ele me despertar para a idéia - que jamais me abandonou desde então - do tempo presente como uma convergência de distintos tempos em um só tempo, uma espécie de tempo disjuntivo, que revela a prepotência da humanidade ao se auto-registrar apenas pela ponta do desenvolvimento sem considerar a força histórica do atraso. Estamos na lua e ao mesmo tempo estamos em Conceição de Cima. Nem um, nem outro representam melhor nossos passos. Apenas ambos, unidos e sobrepostos, podem almejar isso. Sem dúvida, a maior beleza do filme – juntamente com o apuro técnico inquestionável – é a complexificação conceitual em detrimento da resolução do enigma que propõe – o que desnorteia as conversas meramente regionalistas ou deterministas, tira o chão de quem esperava o velho e besta cinema pernambucano, nos joga num vazio desolador, mas que logo se torna imensamente confortável. Não pela resposta fácil que se encerra após os créditos, não pelo grito que se esvazia em dois ou três dias, mas pelo contrário, pela ânsia de re-assistir que cria e que alimenta até conseguir saciar, pela difícil missão de em apenas dezoito minutos se erguer e se manter imponente como o completo oposto da indiferença. Penso muito nos ínumeros curtas que já não lembro mais e lembro de Muro, justamente o que não consigo esquecer. Alma no vazio, deserto em expansão.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Janela de Cinema anuncia selecionados para projeto

Fonte: JC Online

A Janela Internacional de Cinema do Recife, cuja primeira edição ocorre de 13 a 20 de novembro, divulga os dez selecionados que participarão do Janela Crítica. O projeto busca incentivar, através de encontros, o pensamento crítico de jovens universitários e cinéfilos do Estado.

Inicialmente previsto para serem sete, o número de participantes dos debates aumentou em função da qualidade dos inscritos, segundo informou a produção do evento. A seleção foi feita pelo crítico e jornalista Luiz Joaquim.

Nesta quarta-feira (5), será divulgada a programação completa do festival.

Confira os selecionados:

Amanda Sena
André Antônio
Hermano Callou
Hugo Viana
Luís Fernando Moura
Matheus Cartaxo
Osvaldo Neto
Renato Souto Maior
Rodrigo Almeida
Josias Saraiva (aluno ouvinte)

domingo, 26 de outubro de 2008

"se você não gosta de fantasia, aqui você vê... SUSPENSE"



Pior é o primeiro comentário do vídeo: Bons tempos em que se existia opção na tv.... Hj em dia ocm internet, TV por assinatura, quem não tem nada disso quem que engolir cada uma.

O_O

Eu fico chocado, mas é aquela coisa né, se você não gosta de ficção, aqui você vê... COMÉDIA.

Amor, Humor





Ainda não me decidi se prefiro o caso Isabella ou o caso Eloah

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Nome na testa

- Deixa eu te dar uma dica: você não é uma pessoa.

- Não sou uma pessoa, está no meu círculo de convivência, todos gostam de mim... Eu sou o Galo da Madrugada?

- Não. HAHAHAHAHAHAHAHAHHA

- Eu nem sei se sou um animal, um personagem... Eu sou o Mirabilândia?

- HAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHA

domingo, 19 de outubro de 2008

Sem Barato

Quem quer que a 'biscoito fino' se exploda no quinto dos infernos?

o/

Pior que vez ou outra ainda entro no antigo endereço do Som Barato - retirado do ar no dia 9 de setembro - só pela força do hábito, só pelo bom costume de encontrar lá música brasileira que não existe em nenhum outro reduto, real ou virtual. Fico me perguntando se existia um backup de todo material postado e se um dia ele será repostado. Só a dúvida do 'não' me aperta o peito. É uma pena, ficamos sem barato (desculpa pelo trocadalho infâme, às vezes não resisto).

sábado, 18 de outubro de 2008

Bigode Cultural

Depois de ser ridicularizado por usar, percebi que o bigode virou modinha entre os jovens pretensamente cools da cidade. Não sabia que meu blog estava tão tendência. RÁ. Pois é, agora não posso ir ali no Curupira que os mancebos psicodélicos estão todos sgt. peppers, não posso ir pra aula no cac que os cafuçus típicos estão todos no bigode (e também no bar), não posso ir no Santa Isabel que o cantor convidado da ceninha exibe seus pêlos recém aparados com um orgulho desmedido. Bigode tá sobrando, estilo tá faltando. Sem contar os amigos: Victor Zalma, Marco Bonachela e a cada segundo, um novo bigodão - para além da massa de policiais e motoristas de ônibus - aparece na cidade. É uma epidemia, o bigode cultural, salve-se quem puder. Pior de tudo nem é o bigode dos outros, mas o simples fato de eu ter de tirar a barba e deixar o bigode de novo semana que vem, porque tinha prometido a Gabriela ir de bigode e vestido de cafajeste pro aniversário dela. Cada coisa que você faz pelos amigos. Vamos, em teoria, gravar um clipe do Bezerra da Silva, mas vocês sabem o quão Gabriela é hegeliana: talvez nem role filmagem, nem nada, mesmo que no mundo das idéias tudo esteja plenamente certo. Na verdade, a história da festa e do clipe surgiu com o meu bigode de agosto. Acho que vou arrumar vários dublês no mundinho cultural do burburinho. Só que dessa vez ninguém que eu não conheça vai me ver, porque vou botar o bigode num dia e tirar no outro. Depois deixo minha barba crescer e pinto de amarelo. Quem sabe não vira o novo hit do verão.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Segundo Turno

Se pudesse escolher uma pessoa para votar no país inteiro, sem dúvida eu votaria no Fernando Gabeira.

Cobertura AO VIVO

Fiquei impressionado com a falta de tato da cobertura ao vivo - tanto da globo como da band - do fim do sequestro em Santo André hoje no final da tarde. Sendo em tempo real - com o delay de segurança de meio minuto para evitar a transmissão de assassinatos ao vivo - acho que um pouco de sensibilidade e bom senso - se é que podemos definir ambos - é o mínimo que se pede para qualquer profissional num caso desses. Talvez a palavra mais adequada seja cautela. E é justamente o que mais falta. Além de Datena não ter informação alguma e ficar jogando um mar de suposições a todo momento, a quantidade de expressões como 'parece que', 'aparentemente' ou 'poderia ser' foi exagerada pra não dizer canalha, fazendo do jornalismo 'sério' - e entenda sério aqui como o contrário de sério - pareça uma mera sequência de achismos à distância produzidos pela cultura da tragédia como alimentador de notícias. Datena não disfarça a sede mórbida pelo pior: explode uma bomba e ele já fala que está rolando troca de tiros dentro do prédio, daí sai uma menina na maca e ele fala que era o sequestrador provavelmente morto, aí aparece o sequestrador e ele coloca o suposto pai da Nayara falando, à distância, que a filha estava bem e que não tinha acontecido absolutamente nada com ela. Logo depois surge a informação que a garota levou um tiro, Datena quase vibra, grita e o suposto pai já estava fora do ar. Provavelmente o pai ou o não-pai nunca vai se confirmar / negar, mas lembrei imediatamente de um caso semelhante que aconteceu na época do buraco do metrô em São Paulo, quando um anônimo deu várias entrevistas se passando por engenheiro. Várias emissoras caíram.

Mas sério mesmo, fiquei impressionado como Datena criou uma narrativa louca em cima das imagens sem ter informação de campo e soltando comentários aleatórios para não perder o clímax do Ao Vivo. Até reviravoltas de dez em dez segundos ele criou só para prolongar o suspense e isso mesmo quando as imagens já estavam no repeat. É como se eu, daqui de casa, ficasse diante da televisão ligada, narrando em off o significado da sequência imagética em rede nacional, a partir de interpretações minhas, seguindo a bel prazer minhas intenções ficcionais, comerciais e sensacionalistas. Ficcionais, ok. As comerciais, no meu caso, nem existem, as sensacionalistas, eu tento disfarçar. Datena não se dá esse luxo. Só digo uma coisa: Lindemberg, meu filho, você sequestrou a pessoa errada. Daí mudei pra globo esperando algum suporte factual e, de novo, veio a sequência de expressões típicas do boato que por vezes se confunde com a prática jornalista, mas o mais impressionante foi o fato de um dos cinegrafistas - que estava no hospital onde as meninas foram levadas - ter colocado a câmera na janela da ambulância enquanto uma das garotas, que levou um tiro na cabeça, estava entubada e era atendida pelos médicos. Videodrome, videodrome. Depois quando chegou a segunda ambulância, deu pra perceber que quatro câmeras se aglomeravam na porta do veículo, como urubus e hienas na savana africana, só a espera dos enfermeiros abrirem com um corpo nos braços. Nem queria falar em ética, nem nada, porque ética hoje em dia se confunde vulgarmente com um conservadorismo que abomino, mas esse tipo de conduta, esse culto mórbido que une tragédia e intenções de consumo, que faz do jornalismo um caçador de cadáveres, sinceramente me enoja como pouca coisa no mundo.

Povo do meu Brasil, por favor, isso não é um filme do Cronenberg.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

domingo, 12 de outubro de 2008

Crise

E como já dizia a prima lullys no tempo das olimpíadas, "o Brasil não é um país, é um parapaís".

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Projeto de Vida

"O indivíduo não precisa ter uma única atividade, mas pode aprimorar-se no ramo que o satisfaça, a produção geral é regulada pelo que me dá a possibilidade de hoje fazer determinada coisa, amanhã outra, caçar de manhã, pescar a tarde, criar animais ao anoitecer, criticar depois do jantar, segundo o meu desejo, sem jamais me tornar caçador, pescador, pastor ou crítico".

Karl Marx
A Ideologia Alemã (p. 60)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Horóscopo

acho que eu não volto pra casa essa semana.
medo de tu

Gabi


Rodrigo Almeida

Signo: Áries

Ascendente: Áries

Lua: Sagitário

Elemento: Fogo


Período do Trânsito:

Início: 22/09/2008 Fim: 25/09/2008

Título:

Marte em Quadratura com Ascendente natal

Resumo:

Este trânsito focaliza os problemas na sua vida pessoal. Com certeza, esta será uma fase de desentendimentos. Você terá uma visão e a pessoa a quem ama terá outra. Como não estará com vontade de contemporizar, já dá para imaginar o que irá acontecer, não é? Trabalhar com os outros então, nem pensar! Enterre-se no trabalho, gaste toda a sua impulsividade e agressividade em alguma tarefa que possa realizar sozinho. O ponto aqui é manter-se ocupado para tentar manter o equilíbrio. E você sabe que, quando mantém dentro de si toda essa raiva, a sua saúde é que poderá padecer. Então, canalize-a para uma válvula de escape que não lhe cause problemas. Quebrar pedras, por exemplo, pode parecer uma idéia boba, mas por que não experimentar? Ou pense em algo melhor para gastar a sua energia.


Período do Trânsito:

Início: 20/09/2008 Fim: 28/09/2008

Título:

Mercúrio em Quadratura com Ascendente natal

Resumo:

Com este aspecto, você terá apenas vontade de falar. Se pudesse, falaria sozinho. É claro que se houver pessoas ao seu redor será bem melhor. Mas, se por algum acaso não puder se expressar, isto vai ser um grande sofrimento para você. Outro problema será a diferença de opiniões. E como você estará mais interessado em suas próprias idéias do que nas dos outros, provavelmente as pessoas terão que chamar a sua atenção para que pare e se lembre de que não está falando sozinho. Tente espairecer a mente e não fique analisando todo o mundo. Se realmente quiser companhia para as suas conversas, não fique provocando os seus amigos. Use a sua vontade de desafiar para criar os seus projetos e desenvolver os caminhos para conseguir realizar a contento o que desejar.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Publicidade Infantil

Daí, mais uma vez, começou uma discussão verborrááágica - e da qual todos podemos viver sem - na chatilda lista de comunicação. Como não me arrisco escrever lá, corro pra aqui e desço o sarrafo. Pior que dessa vez nem vou descer o sarrafo - e não precisam ficar tristes, ora - afinal vou contar uma historinha a partir do mote do primeiro e-mail, que se referia à decisão da TV Cultura em, a partir de janeiro de 2009, não veicular mensagens publicitárias na programação infantil. Pois é, isso lançado no cantinho dos pré-jornalistas, mancebos e ninfetas, é o mesmo que dizer: 'transforme uma notícia interessante num mero joguinho retórico'. Dito e feito, mas isso não vem ao caso hoje, afinal decidi ali em cima não descer o sarrafo. Deixa eu voltar ao que interessa então: num desses domingos pela manhã, estava tomando café, comendo torrada e assistindo Maísa, quando começaram as propagandas infantis. Na época em que eu morava com a minha mãe e minhas sobrinhas, eu ficava prestando muita atenção, porque independentemente do que era vendido na tv, elas queriam tudo pra si (minhas sobrinhas, não minha mãe). Absolutamente tudo: de boneca à roupa aos brinquedos mais esdrúxulos. Era muito raro achar 'feio', era sempre 'eu quero' - e também rolava o 'feio, mas eu quero mesmo assim'. Só que dessa última vez, sozinho e sem crianças por perto, ignorei naturalmente boa parte das propagandas até que uma delas terminou me chamando a atenção. Eram duas meninas nos seus 5/6 anos, brincando numa mini-cozinha e o 'bom' do brinquedo era lavar pratos e talheres. Somente. Não pensei em mim na hora, óbvio, tentei apenas deduzir se em outra casa o som foi de 'feio' ou de 'eu quero'. Tenho quase certeza que foi de 'eu quero'. Isso é assustador.

Fiquei indignado me sentindo a própria Mari Pires.

domingo, 21 de setembro de 2008

Bêbados do Hall

- Moça, deixa eu responder a entrevista de novo.

- Mas peraí, de novo?

- É. É que agora quero responder no perfil 2.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Coquetel Molotov

joão da costa mostrou todo o poder de sua juventude e deu uma volta no seu jipe vermelho não uso espelho pra me pentear; raul encarnou o galã, fez biquinho, defendeu as mulheres e garantiu ginecologista para todas; mendonça filmou os pobres chorando, filmou um cara chamando joão paulo de cara-de-pau, abriu a temporada de apelação e prometeu criança bem cuidada e alimentada; edilson recebeu mais um selo de qualidade da heloísa helena,;kátia telles e o roberto numeriano devem ter aparecido na hora que fui beber água e quando achei que finalmente poderia assistir A Favorita em paz, ca-do-ca-do-ca mais uma vez perdeu a noção, ganhou o oscar de edição de som e fez o recifolia na tv.

que coquetel que nada. bom mesmo é ficar em casa assistindo o guia eleitoral.





Dolores

E nunca pensei que fosse tão difícil tirar uma merda de foto com a webcam.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

I-doser


Eu já tinha escutado falar dessa história dos arquivos de som que simulavam efeitos de drogas, só que achei muito Lain essa conversa, mas depois da capa tipicamente escandalosa do JC e de todas as informações detalhadas de onde achar o I-doser contidas na matéria - com direito a delegado dizendo que não é crime, com especialista dizendo que não causa danos neurológicos, nem dependência química, além dos relatos de usuários - fiquei em dúvida se a matéria era pura apologia ou o velho sintoma da falta de pauta. Sensacionalismo rasteiro viu, mas de qualquer forma, como sou uma vítima da sociedade do espetáculo, fiquei morrendo de vontade de experimentar.

E provavelmente não só eu.

Interessados?

Vou pro multiplex, mas... ver o que?

Fonte: Programa / Folha de Pernambuco (18/09/2008)

UCI/Ribeiro Tacaruna (no Recife) completa 10 anos

LUIZ JOAQUIM

Essa história é real. Último domingo, início da tarde no multiplex UCI/Ribeiro do Shopping Recife. Dois garotos de 11 e 12 anos na fila da bilheteria discutem fortemente. O primeiro tem dinheiro apenas para pagar o ingresso da 'promoção família', ou seja, R$ 5,50 (a meia entrada) para sessões iniciadas até 14h55. O segundo, com mais dinheiro, diz que de nenhuma forma vai se submeter a ver "Xuxa em Sonho de Menina", que é o único filme ali começando antes das 14h55. O primeiro bate o pé é diz: "Pois eu vou. Saí de casa para ver um filme e vou ver, mesmo que seja o da Xuxa".

O exemplo acima é emblemático para levantar uma reflexão sobre a chegada dos multiplex no mercado brasileiro e o redesenhamento cultural em torno do hábito de se ir ao cinema. Hoje comemora-se os dez anos de inauguração do multiplex UCI/Ribeiro no Shopping Tacaruna, cerca de um mês após a celebração de seu irmão no Shopping Recife. Muito dificilmente, há 11 anos, esse tipo de discussão entre os dois garotos teria lugar numa fila do cinema.

Antes, saía-se de casa para ver "o" filme, e não "um" filme. Ia-se a uma sala específica em um endereço específico para ver um filme desejado, o qual, habitualmente, o espectador sabia muito bem sobre o que se tratava a produção. A partir de 1998, no Recife, esse tipo de relação com o espaço de reunião para ir ver um filme foi modificando-se exatamente porque o formato múltiplo de salas conjugadas, com um leque de títulos a escolher e com a arquitetura impessoal, foram moldando assim um novo personagem, o consumidor de entretenimento, em detrimento do antigo espectador cinematográfico.

O interesse do primeiro personagem é generalista. A idéia em alguns casos é chegar num multiplex é pagar para o ver o filme da sessão com horário mais próximo. É, como num fast-food, onde se escolhe o hambúrguer pelo seu número no menu para saciar a fome, e não por um opção de degustação para dar conta de um paladar mais sofisticado.

Para o cineasta Paulo Caldas, que tem seu filme "Deserto Feliz" em cartaz às 19h30 de hoje como parte da programação de aniversário do UCI/Ribeiro Tacaruna essa postura cultural não é interessante. "Como realizador, eu gostaria que a pessoa saísse de casa para ver um filme que lhe atrai, que ele realmente deseje ver. De certo modo isso ainda acontece em espaços com programação alternativa ou de arte, mas aí esses espaços viram uma espécie de gueto".

Quanto a exibição de hoje, Caldas a vê como ótima experiência para entender o impacto do filme num público de multiplex. "Vai funcionar como um termômetro mas, atípico, porque não houve um trabalho de divulgação tradicional de lançamento", explica. Quanto a possibilidade do filme vir a estrear num multiplex, o diretor diz que ainda não há nada formalizado.


Outra história real - Terça-feira passada, numa aula da Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, surgiu na aula da professora Ângela Pryston o assunto sobre a impregnação cada vez mais marcante da mundialização nas produções cinematográficas. O tema veio à tona por conta do multi-étnico "Ensaio Sobre a Cegueira", filme de Fernando Meirelles em cartaz. Uma coisa puxou outra e logo logo se falava da cultura dos blockbusters, cujo templo é inegavelmente os multiplex.

"Nessa aleatoriedade com a qual se consome cinema hoje, as estratégias de divulgação voltaram-se para um marketing básico e direto, quase primitivo; como o poster de cinema, que parece ganhar um valor cada vez mais determinante. O apelo visual aqui pode ser fundalmental", comenta Pryston.

Um de seus mestrandos, Rodrigo Almeida, prepara sua dissertação "Internet Projetor: Ciberespaço, Cinefilia e Cineclubismo", pela qual pretender chegar a algumas respostas sobre um hábito cada vez mais comum: o de baixar filmes pela internet. O estudo passa também por uma observação na postura do mercado de exibição cinematográfica.

Rodrigo percebe uma uniformidade na programação dos multiplex e que a máxima quando se fala na "diversidade" da programação dos complexos nem corresponde tanto assim. "Fiz uma pesquisa nos arquivos microfilmados na Fundação Joaquim Nabuco com jornais de 1975. Avaliei a programação nos cinemas do centro do Recife entre julho e dezembro daquele ano e percebi que naquele período a quantidade de filmes em cartaz era a mesma oferecida no mês passado, quando estreou "Batman: O Cavaleiro das Trevas", revela o estudante.

O mestrando ressalta ainda que em outra época, os cinemas tinham um perfil determinado e o lançamento de alguns filmes, conforme seu gênero, já tinha um endereço definido de projeção. Nos anos 1980, por exemplo, filme de terror iam para o Cine Moderno, situado na praça Joaquim Nabuco (hoje uma loja de eletrodoméstico).

O professor e coordenador da especilaização de Estudos Cinematográficos da Universidade Católica de Pernambuco, Alexandre Figueirôa era um dos que freqüentava os cinemas nessa época e lembra que a idéia de consumo de cultura pelo cinema já existia também nos cinemas de rua. O multiplex, junto aos shopping centers, pontencializou o que estava latente. "Já faz bastante tempo que o cinema está vinculado à idéia de diversão massiva. E seu enquadramento nesse processo de concentração comercial dos shopping se deu com facilidade", reflete.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Jubilamento

Eis que recebi pela lista de comunicação o seguinte e-mail:

Aos alunos q vêm adiando a conclusão do curso, a Profa.Luíza Nóbrega convoca para uma reunião na próxima 5a.feira, dia 18 de setembro, às 15h, que terá como pauta a questão do jubilamento. Contamos com a presença de todos que se encontram nesta situação.

A Coordenação

Por não querer gerar uma confusão sem resultados na lista e até por achar que a briga nem é minha, resolvi não responder o e-mail, mas como não deixo de atirar quando tenho o gatilho entre os dedos, preciso dizer que se tem alguém que está precisando ser jubilada urgentemente para o bem da universidade, e mais especificamente para o bem do curso de Comunicação Social da UFPE, é a própria professora Maria Luíza Nóbrega. Poderia passar anos resgatando exemplos de aula, de troca de e-mails, poderia convocar alunos e ex-alunos para darem seus depoimentos, emocionados mas só para ilustrar o retrocesso que essa mulher representa, gostaria de falar um pouco sobre o que ela fez das disciplinas eletivas desde que assumiu a coordenação. Na minha época de graduação (e isso foi entre 2003 e 2007), todas as eletivas, sobre os mais diferentes assuntos, com um vasto número de professores, eram postas todas em um só dia, a sexta-feira. Particularmente, posso dizer sem medo que isso salvou o término de meu curso, porque era justamente pelas eletivas que eu escolhia e gostava que eu tinha saco pra pagar as obrigatórias, em sua maioria, insuportáveis (duas delas com a própria Maria Luíza, o que tornava tudo muito mais difícil).

Nessa época, as eletivas funcionavam como um grande espaço de encontro e diálogo interno do curso de Comunicação Social, já que todos os alunos, de todas as habilitações, tinham uma puta variedade de opções de cadeiras para se matricular (e quando falo em opção, falo do poder de escolha entre uma ou outra). O que me parecia um avanço, afinal personalizar a própria grade a partir dos próprios interesses é no mínimo um grande passo dentro de uma instituição marcada pela lentidão nas mudanças (e uma tendência). As pessoas com alguma afinidade de diferentes períodos e habilitações terminavam fatalmente, pelo bem ou mal do futuro delas, se conhecendo naquele corredor quente. Hoje temos ar-condicionado nas salas e só a Copa Paulo Francis pra integrar o curso (e realmente, ambos funcionam). De qualquer forma, diferente dos que acreditam na universidade como o lugar formal de meramente adquirir conhecimento, acredito na universidade como o lugar de conhecer pessoas. E não posso me queixar: fiz grandes amigos por lá e o conhecimento veio de várias formas. Realmente tomei as eletivas, os encontros, a biblioteca, as cervejas como uma fuga - algo que valia a pena para compensar tudo que não valia, e terminei pagando muito mais cadeiras eletivas que o necessário. Sem contar as isoladas em Letras, Ciências Sociais e Artes Plásticas. Só que a possibilidade de traçar esse mesmo tipo de percurso mudou, infelizmente não vejo uma reação prática dos alunos e tenho medo dessa nova era de grandes mudanças para o pior.

Agora o que acontece é que as eletivas são, de forma ímplicita óbvio, 'impostas'. Engraçado que eu achava que o nome era auto-explicativo: talvez o colegiado não tenha se dado conta. Pois é, ao invés de um dia único com um mar de opções, temos eletivas nos mais diferentes e ingratos dias e horários, o que em primeira instância faz com que determinadas eletivas se encaixem no horário obrigatório de determinado período e consequentemente, se torne impossível para os outros períodos. Não há mais escolha, ou melhor, a escolha única é não pagar e passar o período sem eletivas. Eu particularmente via essa possibilidade como o inferno, porque se temos de passar quatro sofridos anos indo todo dia pro CAC, pelo menos que amenizemos a dor. As eletivas se tornaram obrigatórias e não são tateadas mais pelo interesse do alunato, mas pela casualidade de espaço na grade de horário. Resumindo, situação trash. E olhe que nem toquei no ponto da distância que se cria entre as habilitações com essa novidade, pois sempre pensei nessa questão como algo que deveria ser prioridade em se quebrar: o curso ainda é Comunicação Social, antes de ser jornalismo, publicidade e rádio/tv. Isso me lembra da história que Dacier, se não me falha a memória, contou certa vez sobre o motivo dos centros universitários da ufpe terem sido construídos distantes uns dos outros: o governo achou que isso faria com que alunos de diferentes cursos não pudessem se articular politicamente. Maria Luíza me remete a essa época e a esse tipo de pensamento arcaico: a professora simplesmente está desmantelando o já fragilizado curso da universidade federal de Pernambuco. E se tem alguém que precisa ser jubilado, urgentemente, nada mais justo que comecemos por ela.

sábado, 13 de setembro de 2008

Women Now

- Não sei como tu conseguiu ficar tão bem.

- Não sei como eu consegui ficar tão mal.

SPA das Artes

Calourada freak cafuçu de História: como perder a dignidade em dois tempos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O Cavaleiro Inexistente

Depois de João Paulo, Eduardo, Lula, Casa Forte, Ipsep, Maria Tonha, José Pedro, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, o maracatu, o frevo, Ariano, o carnaval pensamos que a próxima propaganda associativa do PT deveria logo adentrar pelo jogo espiritual, sem perder a ternura, a cor vermelha e o ritmo da musiquinha preguenta:

Inri Cristo está com João da Costa /
e Jesus está com João da Costa /
Pastor Silas está com João da Costa /
e Deus está com João da Costa.

Eu só me pergunto uma coisa: e aonde está, João da Costa?

Espero que a armadura vazia ganhe logo no primeiro turno e pra isso tem de apelar mesmo para propaganda moderninha e jovem. Ninguém aguenta mais a cara de Jarbas dando conselhos e dizendo que acredita em Raul Henry. Isso é queima, não propaganda. Se bem que ser Cadoca já é queima. Deviam faz o horário dele só com animação. De qualquer forma, quero me isentar e torcer pelo Cavaleiro Inexistente, só para não ficar tentado a votar nele, fugindo do sorriso de Cadoca. Já Mendonça mais uma vez perde, fica deprimido e vai curar a derrota nas gringa.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Sétimo Continente (1989), de Michael Haneke

Pessoal,
daremos prosseguimento ao segundo ciclo de exibições hoje (09 de setembro), no Mini-auditório 1 do Centro de Artes e Comunicação (CAC), por volta das 17 horas. Todos estão convidados. A escolha do filme dessa vez fica a cargo de nosso querido graduando em jornalismo Hermano Callou e só para diminuir a surpresa, ele já nos adiantou que levará um filme oriental. Mais um, já que no primeiro ciclo ele foi responsável pelo raro tailandês Mal dos Trópicos, do impronunciável Apichatpong Weerasethakul. Na semana passada, para abrir o segundo ciclo, passamos o primeiro longa-metragem para cinema do diretor austríaco Michael Haneke (famoso por Funny Games, A Professora de Piano, Cachê). A obra em questão, O Sétimo Continente (1989), um roteiro negado na televisão e por isso realizado para tela grande, é o primeiro episódio da chamada (e gostaria de saber se o próprio diretor também a chama) Trilogia da Era Glacial, completada pelo Benny's Video (1992) e por 71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso (1994). A minha escolha se deu em duas frentes. A primeira pelo discurso pessimista levado ao limite sobre a 'coisificação' e 'mecanização' da humanidade, discurso que ganha força a partir do momento em que o cineasta se apropria de uma família-metáfora da classe média, sua rotina pré-moldada e seus anseios burgueses, para fincar um caminho de esvaziamento espiritual completo que os leva a uma autodestruição física e existencial também completa. Quase afirmando que a civilização ocidental inteira caminha nesse sentido: uma carta só com boas e fugazes notícias que logo se transforma numa carta de suicídio. A segunda frente diz respeito ao risco de se filmar um longa-metragem inteiro, de quase duas horas, colocando o plano-detalhe e a câmera parada como recursos centrais – imbricando a violenta frieza do tema dentro da forma - e conseguindo através disso, caracterizar seus personagens não tanto pelos seus rostos ou diálogos, mas por suas ações cotidianas, banais e, principalmente, por seus objetos de consumo. Mesmo com longas seqüências de imagens fechadas – o que gera uma impessoalidade e uma fragmentação inicial – logo nos acostumamos, nos angustiamos e conseguimos visualizar uma realidade que extrapola as bordas da tela. Vemos um prato de cereal e visualizamos a cozinha, vemos um sapato sendo amarrado e sabemos como é o banheiro. Vemos a televisão ser destruída, o dinheiro sendo jogado pela privada e as datas de óbito anotadas na parede da sala de estar. Haneke perturba porque sempre fica o receio de ter de concordar incondicionalmente com ele. Para os interessados, o filme pode ser facilmente encontrado no fórum Making Off.
Enfim, compareçam hoje se não tiveram nada mais interessante pra fazer.
Abraços,
Rodrigo
SERVIÇO:
Filme Surpresa
Segundo Ciclo de Filmes
Todas as terças-feiras (sempre às 17:00)
Miniauditório 1* / CAC / UFPE
* O Miniauditório 1 fica no térreo do Centro de Artes de Comunicação (CAC). Ao entrarem no Centro e irem em direção à lanchonete, vocês pegam a primeira à direita, onde tem uma lojinha de livros, e já é nesse corredor estranho (do lado esquerdo).

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Caseiro

- E aí, como foi a festa no puteiro?

- Foi boazinha. Só que a Catarina devia desistir dessa história de cantar.

Chaves e o Bigode

Já escutei de tudo nesse mundo desde que assumi o bigode, mas me chamar de Seu Madruga foi sem dúvida o pior comentário de todos. Pegou pesado, Lucas. Principalmente porque, na sequência da comparação infâme no meio de estranhos, tive de escutar uma correção ainda pior: "eita, Seu Madruga, não. Tá é parecido com o Professor Girafales".

Ok, estilei, não sei se o bigode resiste a tanta humilhação.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Ciclo de Filmes - Dissenso


Pessoal,

É o seguinte: eu e mais um grupo de amigos, começamos a realizar reuniões semanais, às sextas-feiras pela manhã no auditório do PPGCOM, no intuito de repensar o gerenciamento do blog que apresentei como conclusão de curso no início do ano. Daí, se por um lado resolvemos optar por publicações trimestrais ao invés de atualizações arbitrárias; por outro, estabelecemos que, a cada reunião, um de nós levaria um filme, um tanto obscuro e sempre surpresa, para ser exibido. A única premissa compartilhada internamente no grupo era a de que as obras escolhidas não fossem facilmente encontradas em qualquer prateleira de locadora e, de preferência, que não tivessem comercialização oficial no país. Assim sendo, quase todos os filmes foram baixados na internet e projetados numa tela através de um datashow. Terminou que, em oito semanas, ficamos tão satisfeitos com as discussões e com a curadoria colaborativa, que resolvemos mudar de espaço e horário para melhorar as condições técnicas de som e imagem, quebrar a linha maçônica da exibição e torná-la totalmente pública. E é justamente por isso que comecei a escrever esse recado.

Daremos início ao segundo ciclo de exibições a partir da próxima terça feira (02 de setembro), no Mini-auditório 1, por volta das 17 horas. Todos estão convidados. Marquem este dia e horário na agenda, no Orkut, no celular, pois pretendemos ficar com ele até o final do semestre. E como já virou tradição, o filme é surpresa. Mas só para todos terem uma noção prévia de como ficou a curadoria do primeiro ciclo, as obras exibidas anteriormente foram: Bang Bang (Brasil, 1971), de Andrea Tonacci; Mal dos Trópicos (Tailândia, 2004), de Apichatpong Weerasethakul; tivemos uma sessão dupla com o curta O Homem Perfeito (Dinamarca, 1967), de Jørgen Leth seguido de As Cinco Obstruções (Dinamarca, 2003), de Jørgen Leth e Lars Von Trier; Você Não Está Sozinho (Dinamarca, 1978), de Ernst Johansen e Lasse Nielsen; Lodger (Inglaterra, 1926), de Alfred Hitchcock; Inverno de Sangue em Veneza (Inglaterra / Itália, 1973), de Nicolas Roeg; Millennium Mambo (Taiwan, 2001), de Hou Hsiao-hsien e Sukiyaki Western Django (Japão, 2007), de Takashi Miike. Por fim, gostaríamos de agradecer todo apoio dado inicialmente pelo PPGCOM (em especial toda disposição matinal de Zé da secretaria) e também o apoio dado pelas professoras Ângela Prysthon e Maria do Carmo Nino.

Compareçam.

Abraços,

Rodrigo Almeida


SERVIÇO:
Filme Surpresa
Segundo Ciclo de Filmes
A partir de terça Feira, 02 de setembro (sempre às 17:00)
Miniauditório 1* / CAC / UFPE

* O Miniauditório 1 fica no térreo do Centro de Artes de Comunicação (CAC). Ao entrarem no Centro e irem em direção à lanchonete, vocês pegam a primeira à direita, onde tem uma lojinha de livros, e já é nesse corredor estranho (do lado esquerdo).