quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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Como adoro perder meu tempo no mundo das livres associações e das coincidências forçadas, percebi que Bang Bang (Brasil, 1971), O Sétimo Continente (Áustria, 1989) e Stereo (Canadá, 1969) - os três filmes que foram indicados por mim para serem exibidos em nosso cineclube - mantém entre si a relação de serem as estréias cinematográficas em longas-metragens de seus respectivos diretores: Andrea Tonacci, Michael Haneke e David Cronenberg. Não foi uma decisão consciente e isso pouco importa agora, afinal só fiz essa rápida introdução para encher linguiça, pois o que quero mesmo com esse post é seguir em paz os passos de Fernando e eleger, dentre os 23 filmes e sem colocar minhas indicações entre as opções, as três melhores obras exibidas. São elas:

1 -A Cor da Romã (União Soviética, 1968), de Sergei Parajanov

2 - Mulher das Dunas (Japão, 1964), de Hiroshi Teshigahara

3 - As Cinco Obstruções (Dinamarca, 2003), de Lars Von Trier e Jorge Leth

Preciso fazer a ressalva que fiquei bastante tentado a dividir o terceiro lugar com O Sol (Rússia, 2005), de Aleksandr Sokurov, mas como a experiência de assisti-lo foi marcada por um sério problema técnico, decidi deixá-lo de fora, afinal a construção ritualística da sessão interfere na disposição que você se senta e que você constrói diante da tela. Realmente foi difícil me entregar quando a cópia revelou uma fria dublagem em russo sobreposta ao áudio original em japonês. Isso sem contar que as legendas em português eventualmente perdiam a sincronização ou simplesmente sumiam. Dava vontade de assobiar em alguns momentos. Fiquei pensando muito mais no perigo - diante de uma língua cujo meu entendimento é inexistente - ficar a mercê de legendas falsas, pensadas para serem falsas, de forma que constituíssem um sentido com as imagens e direcionassem um sentido diferente ao filme. Algo meio como esses vídeos do youtube que usam da edição para transformar O Iluminado num filme de comédia.

Um comentário:

nando disse...

"... mas como a experiência de assisti-lo foi marcada por um sério problema técnico, decidi deixá-lo de fora, afinal a construção ritualística da sessão interfere na disposição que você se senta e que você constrói diante da tela."
Cara, amei teu post (valeu pelo link), mas será que você não percebeu que foi ridiculamente contraditório ao ignorar os 'problemas técnicos' na exibição de "A Cor da Romã"? Afinal, acho que os problemas em ambos os filmes apenas acrescentaram um sabor a mais...