Sempre que chegamos ao cinema, naqueles momentos anteriores à entrada na sala ou ao início do próprio filme, comprar pipoca, não comprar pipoca, a pipoca está cara, somos bombardeados por uma série de elementos que despertam nossa curiosidade para os próximos lançamentos (muitos dos quais terminam nem estreando exatamente por ali). Se por um lado existem os trailers que foram gradualmente inseridos nos programas como resposta a essa demanda do mercado em produzir expectativas, por outro, mesmo sem o anexo da sinopse ou grandes informações - geralmente surgem com frases de efeito nunca escritas em qualquer magazine - os pôsteres que ocupam corredores costumam roubar alguns minutos de nossas breves vidas. Os bonitos e os feios. Decerto, nem sempre reconhecemos a graça desse objeto popularizado durante os primórdios da modernidade, muitos consideram apenas material massivo de divulgação sem conceito algum, no entanto, existem alguns projetos como o "Movies from an alternate universe", que batem firme o pé no sentido de apropriarem um contexto criativo e apresentarem uma intimação estética. Desenvolvida simultaneamente e não conjuntamente - houve até acusações de plágio entre eles - por três ilustradores norte-americanos, Sean Hartter, Thomas Perkins e Peter Stults, a iniciativa brinca com o pensamento "de como as coisas poderiam ter sido" ao produzir pôsteres para filmes contemporâneos quebrando o marco histórico, deslocando temporalmente referências e elementos visuais, usando atores de outras épocas e aproveitando o gancho para reler e transformar a noção de gênero de cada obra. Aliás, relembrando meus velhos tempos quando copiava os DVDs das locadores e produzia capinhas personalizadas, vale a pena conhecer também o projeto de Stults Fake Criterion Covers. Resta agora apenas a vontade de colocar vários desses no meu quarto.
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