Recentemente fizemos um especial sobre Philippe Garrel e durante os dias que assisti aos inúmeros filmes da carreira do diretor francês, senti-me na obrigação de salvar algumas imagens, sequestrando a singular atmosfera de seu universo poético e certo de que esse recorte carregava ontologicamente a natureza de seu cinema. Numa entrevista em ocasião do lançamento de A Fronteira da Alvorada, Garrel, que sempre se mostrou atento para as relações entre a morte e o amor, comentou que "quando a arte é a totalidade da sua vida, temos de testar um pouco os limites para poder criar, para exercer nosso papel plenamente e podemos ser rudes sem intenção, sem nos apercebermos, mesmo que tenhamos muito cuidado. Ninguém sabe porque é que as pessoas cometem suicídio e não acho que um suicídio no cinema incite as pessoas a fazêlo. Pelo contrário. A arte faz-nos querer viver mais, faz com que os jovens não façam coisas estúpidas, não acredito que teria cometido suicídio, mas sem dúvida foi a arte trágica que me salvou".
Nenhum comentário:
Postar um comentário