terça-feira, 9 de julho de 2013

Imagens de Valerio Zurlini

Recentemente participei de um especial sobre Valerio Zurlini na Revista Filmologia e, assim como fiz há quase dois anos durante a edição sobre Philippe Garrel, enquanto percorria a filmografia do cineasta italiano, fui salvando sistematicamente imagens, pensando em criar posteriormente uma sequência com os quadros guardados. Destaquei nos ensaios que escrevi sobre Mulheres no Front e A Primeira Noite de Tranquilidade, que o cinema do Príncipe da Melancolia, cujos ciclos cinéfilos injustamente julgaram por anos como um cinema sub-Antonioni, apreende sua potência nos olhos enquadrados pela câmera, olhos escondidos atrás de corpos, olhos abertos, fechados, semicerrados; olhares trocados como fragrâncias do corpo, contemplando o - ou compartilhando do - sofrimento do outro, (d)a doença, (d)a paixão, (d)a indiferença, (d)a falta de forças para seguir adiante. Se numa entrevista, Zurlini sublinha a visão pessimista de suas obras, afirmando que "é inútil amar porque amar implica infelicidade, é inútil acreditar em alguém, porque nos desiludiremos", o crítico italiano Gian Piero Brunetta complementa dizendo que "desde logo, seu cinema se revelou capaz de fazer falar o olhar e a expressão de seus personagens, de preencher o silêncio de emoções, de jogar com o não dito, com uma intensidade de sentimentos mínimos, de atmosferas suspensas, de jogar, de modo magistral, com cordas íntimas".
























































Um comentário:

Bob disse...

Obrigado pela sensibilidade!