quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Janela Internacional terá 80 curtas

Fonte: Caderno C / Jornal do Commercio

Fellipe Fernandes
ffernandes@jc.com.br

“Recife é uma cidade privilegiada na área de cinema e até 2008 não havia um festival que realmente abrisse espaço para filmes do mundo inteiro”, afirma um dos idealizadores do festival Janela Internacional de Cinema do Recife, Kleber Mendonça Filho (também crítico de deste JC). Com início antecipado para o dia 16 de outubro, o festival, que chega este ano à sua segunda edição e é realizado pela CinemaScopio Produções, teve a seleção de curtas anunciada na manhã de ontem. 72 filmes se dividem em duas mostras competitivas, a nacional e a internacional, além da Janela Pernambucana que exibe oito produções do Estado.

Segundo Kleber, “a safra nacional estava mais instigante que a estrangeira”. O crítico ainda completa: “Com certeza o melhor do cinema brasileiro continua sendo os curtas”. Ao lado dele, na curadoria da programação, estiveram a produtora Emilie Lesclaux (também organizadora do festival), o roteirista Luiz Otávio Pereira, o crítico de cinema Fernando Vasconcelos e o jornalista Rodrigo Almeida. “No ano anterior éramos apenas quatro para selecionar os filmes e vimos que precisávamos de mais uma pessoa”, explica Emilie. Ao todo, foram vistos cerca de 700 filmes para chegar à seleção final. Só foram aceitas produções feitas a partir de janeiro de 2008, mas que exploram os mais diversos formatos de captação, de celular a película.

Os curtas vão ser organizados por afinidades de temas e exibidos em blocos com duração aproximada de 60 minutos. “Ainda que os temas centrais tenham desdobramentos, o diálogo dos curtas entre si acabou se tornando um critério para a seleção”, esclarece Kleber. As sessões, que vão se dividir entre o Cinema Apolo e o Cinema da Fundação, são seguidas por debates com os realizadores. A programação do evento com os horários de exibição, os temas dos blocos e os filmes selecionados para a mostra de longas, além das sessões com focos especiais, devem ser divulgados nas próximas semanas. Mas os produtores adiantam que está sendo confirmada a participação de convidados internacionais.

OS TÍTULOS DA SAFRA

Entre os curtas selecionados figuram títulos que participaram de grandes festivais, como Cannes, Oberhausen e Veneza. “A maioria dos festivais exibe os mesmos filmes. Nós vamos exibir alguns desses, mas a maioria dos curtas não foi vista. Prezamos pela qualidade das obras mesmo”, argumenta Kleber. Obras estrangeiras como A letter to uncle Boonmee, do tailandês Apichatpong Weerasethakul, e Horn dog, do americano Bill Plympton, marcam presença na seleção. Da mostra competitiva nacional, Chapa, do paulista Thiago Ricarte, que participou do Festival de Cannes, e Teu Sorriso, do carioca Pedro Freire, que participou dos festivais de Veneza e Gramado e conta com Paulo José como protagonista, são alguns dos destaques.

Os curtas pernambucanos Superbarroco, de Renata Pinheiro, Nº 27, de Marcelo Lordello, e Sentinela, de Cristiano Lenhardt, participam da mostra competitiva nacional. Kleber, entretanto, lamenta: “Havia diversos filmes bons do Estado que gostaríamos de exibir, mas, por um motivo ou outro, não se encaixavam na mostra competitiva”. Dessa forma surgiu a Janela Pernambucana, que conta com a exibição de curtas como São, de Pedro Severien, Confessionário, de Leonardo Sette, e a estreia das obras Tchau e bênção, de Daniel Bandeira, e Sessão especial – o ébrio, de Hugo Carneiro Coutinho.

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