sábado, 18 de julho de 2009

Mudando

Desde 2005 tenho o meu celular atual, isso quer dizer que fazem exatamente quatro anos que uso o mesmo aparelho e que, de fato, ele já está todo fudido, mas também significa dizer que acompanhei todo processo, dele deixar de ser modernoso-metidinho porque tinha câmera pra se tornar desprezível-atrasadinho por só ter câmera. Devo admitir que criei uma espécie de laço afetivo, especialmente por conta da tal câmera, único modo de registro da minha vida ao longo de todos esses anos e por conta do gravador de voz, que sozinho captou duas ou três das conversas mais impagáveis da vida. Lellye que o diga. Meu celular tinha um timing autônomo. Sem contar que desde que o comprei não aconteceu de eu ser assaltado, o que merece uma menção, afinal de contas, moramos em Recife, onde ser assaltado é, para as criaturas da noite, tão comum quanto comprar pão na esquina. Só em 2004 tive três aparelhos, um dos quais não durou um mês da compra ao furto. Furto ridículo, por sinal, dentro do Chevrollet Hall. Bem que eu mereci por ter pago tão caro por um show tão bosta e que passei maior parte do tempo num orelhão ligando pra 'oi'. Acontece que os tempos mudaram, ganhei um celular novo super foda, mil funções, que obviamente nem sei mexer direito. Admito: estou com dificuldade de me livrar do antigo e sinto que vou ser assaltado logo logo, sinto o peso de estar andando com algo de valor. Isso funciona como um obstáculo ao meu espírito de flanar na cidade. É como se fosse a volta da típica paranóia recifense que todos nós deveríamos superar. Saco. Só gosto de medo quando é fobia. Então, pra marcar a nostalgia dos tempos sem medo, vou fazer uns posts com algumas das últimas fotos que tirei no antigo celular:







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