Acabei de descobrir que dentre as teorias sobre o regimento da lista negra de possíveis comunistas e colaboradores infiltrados na indústria do entretenimento norte americana do pós segunda guerra - uma espécie de macarthismo especificamente direcionado aos roteiristas - existe uma que nega a simples relação governamental dos estúdios com as diretrizes de segurança nacional lançadas pelo Estado. No livro An empire of their own: how the jews invented Hollywood, o autor Neal Gabler afirma que, na verdade, a lista negra, que aterrorizou alguns, gerou conflitos morais e alavancou a carreira de outros, usou do anticomunismo e do macarthismo para enevoar o duelo real que ocorria nos corredores dos sets, na formação das equipes técnicas, nas festas, no glamour, na ascensão de uma profunda crítica ao sistema cruel, efêmero e ilusório das estrelas. Para ele, o que moveu a blacklist foi a determinação da primeira geração de judeus e seus descendentes - Adolph Zukor, Carl Laemmle, Louis B. Mayer, the Warner Brothers e Harry Cohn - em expulsarem, por auto proteção e receio no controle da imagem límpida, dos negócios e da criação artística, o enxame de judeus-escritores que tinham imigrado para os EUA durante e após o conflito na Europa. Trata-se de uma hipótese que denota uma espécie de anti-semitismo praticado por judeus, movido em grande parte para firmar o poder, mas também pela segunda geração carregar consigo uma carga de experiências dolorosas que naturalmente refletiam uma perspicácia em suas criações, mas que não interessavam muito aos projetos enquadrados de felicidade do sonho cinematográfico. Pois é, bem doido, mas o único fato dessa história toda é que adoro uma teoria da conspiração.
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